Quer saber o que é inflamação crônica subclínica? Trata-se de uma verdadeira ameaça silenciosa ao organismo.
Enquanto as citocinas pró-inflamatórias são liberadas, órgãos como artérias, articulações, intestino e sistemas hormonais sofrem desgaste sem que expressem sintomas.
Por isso, é tão importante uma rotina de cuidados com a saúde e realização regular de exames mesmo enquanto está bem de saúde.
Neste artigo, explico sobre a inflamação crônica subclínica e como monitorá-la evita que o indivíduo manifeste um grande leque de doenças. Siga a leitura e confira!
O que é inflamação?
Quando seu corpo encontra um agente agressor (como vírus, bactérias ou produtos químicos tóxicos) ou sofre uma lesão, ele ativa seu sistema imunológico.
Seu sistema imunológico envia seus primeiros combatentes: células inflamatórias e citocinas (substâncias que estimulam mais células inflamatórias).
Essas células iniciam uma resposta inflamatória para capturar bactérias e outros agentes agressores ou iniciar a cicatrização de tecidos lesados.
O resultado pode ser dor, inchaço, hematomas ou vermelhidão. Mas a inflamação também afeta os sistemas do corpo que você não pode ver.
O que é inflamação crônica subclínica?
Nosso sistema imunológico inicia um processo de inflamação com a intenção de interromper o progresso do dano e, em uma segunda fase, restaurar o tecido e eliminar os resíduos. Esse processo se extingue em dias ou meses e costuma ser mais ou menos localizado.
Mas quando a inflamação persiste ao longo do tempo além do necessário e deixa de responder ao propósito reparador, torna-se destrutiva. Então falamos de inflamação crônica subclínica, ou inflamação sistêmica, que é um conceito fisiopatológico relativamente recente que tem sido relacionado a múltiplas doenças crônicas.
Não há uma definição precisa de inflamação sistêmica, referindo-se basicamente à presença de diferentes “marcadores” inflamatórios em concentrações mais elevadas do que em indivíduos controles.
Dentre esses marcadores, destacam-se vários reagentes de fase aguda: proteína C reativa (PCR), fibrinogênio, leucócitos circulantes e diversas citocinas (interleucina [IL] 6, IL-8, fator de necrose tumoral alfa [TNF-α]).
A obesidade está quase invariavelmente associada a um estado de inflamação crônica subclínica, o que facilita o aparecimento de diferentes doenças associadas.
Fatores que promovem a inflamação crônica subclínica
Mas antes de chegar à doença crônica, temos preparado o terreno com alimentação e hábitos inadequados. Vale a pena saber quais são os fatores pró-inflamatórios para evitá-los.
Estilo de vida sedentário
Contribui diretamente para o desenvolvimento de inflamação crônica subclínica e suas doenças associadas. Geralmente é acompanhada por uma dieta inadequada e outros promotores de inflamação como a obesidade.
Obesidade
O tecido adiposo é atualmente considerado um órgão endócrino, uma glândula como o pâncreas ou a tireoide. A gordura – especialmente a gordura abdominal – secreta hormônios e proteínas. Essas citocinas inflamatórias induzem uma resposta inflamatória que afeta todo o corpo cronicamente e sem sintomas claros.
A obesidade não é apenas uma das causas mais importantes de inflamação crônica subclínica, mas também está associada a uma maior resistência dos tecidos à ação da insulina – hormônio que permite que o açúcar do sangue entre nas células – e a um maior risco de diabetes, doença que é em si outro fator que promove a inflamação.
Diabetes
O aumento da glicemia não acontece apenas pela ingestão de alimentos, mas também pela menor sensibilidade das células à ação da insulina. A hiperglicemia diabética, por causar produtos de glicação, é um perpetuador da inflamação. A inflamação crônica subclínica também promove diabetes. Entramos assim em um círculo vicioso.
Dieta hipercalórica
Uma dieta com excesso de calorias e gordura trans é o outro fator mais claramente associado ao aumento da inflamação crônica subclínica, principalmente se estiver associado à obesidade e diabetes.
Além disso, uma dieta que também tenha uma alta carga glicêmica (excesso de carboidratos refinados), causará um aumento de açúcar no sangue, outro grande promotor de inflamação através da formação de produtos de glicação.
Além disso, o excesso de açúcar acaba sendo armazenado como gordura corporal, o que leva à obesidade e à arteriosclerose.
Tabagismo
Os produtos da combustão do tabaco induzem inflamação e oxidação.
Estresse físico e psicológico
Não apenas o estresse psicológico, mas também o estresse físico – exercício excessivo, queimaduras graves – perpetua a inflamação crônica. Está associada a um padrão de sono alterado e excesso de peso devido ao aumento sustentado do cortisol, dois fatores que potencializam ainda mais a cascata inflamatória.
Distúrbios do sono
Eles aumentam os níveis de moléculas pró-inflamatórias, mesmo em pessoas saudáveis. Ou seja, parece que a modulação da inflamação também segue um ritmo circadiano e é alterada pela má regulação do sono.
Como evitar a inflamação crônica?
Todas as informações científicas publicadas sobre alimentação e prevenção de doenças crônicas convergem em recomendações universais. Os mais importantes referem-se à alimentação.
Dessa forma, evite alimentos que promovam inflamação, tais como gorduras saturadas e hidrogenadas encontradas em margarinas, óleos de girassol e milho, óleos refinados, carboidratos refinados e aqueles com alto índice glicêmico, como açúcares adicionados, pão branco, produtos de panificação industrial e refrigerantes. bebidas.
Uma dieta de baixa caloria mostrou um benefício no controle da inflamação. Além disso, é importante ajustar a ingestão calórica ao gasto energético (atividade diária e esporte). Para isso, escolheremos alimentos sem adição de açúcar e com baixo índice e carga glicêmica
Devem predominar as gorduras poliinsaturadas ômega-3 e as saturadas com ácidos anti-inflamatórios, como o ácido láurico do óleo de coco.
Uma flora intestinal saudável reduz a inflamação intestinal e geral. Por isso, consumiremos alimentos fermentados (chucrute, kombucha) e ricos em fibras solúveis (especialmente alho, cebola, alho-poró, alcachofras e aspargos) e fibras insolúveis (grãos integrais, sementes, frutas com casca).
Além de seguir uma dieta anti-inflamatória, o jejum e certos suplementos podem fazer parte para obter um efeito terapêutico no caso de sofrer de alguma patologia.
Além disso, durante o jejum, o corpo secreta beta-hidroxibutirato, que bloqueia o processo inflamatório e protege contra câncer, demência ou diabetes (essa mesma substância também é secretada em menor quantidade durante uma dieta hipocalórica).
Por outro lado, os suplementos naturais com alto poder anti-inflamatório são a quercetina, açafrão ou magnésio, entre muitos outros.
Cuide da sua saúde e tenha uma longevidade saudável
Como fica claro, a melhor forma de evitar a inflamação crônica subclínica é por meio de mudanças no estilo de vida. Uma dieta equilibrada, exercícios físicos regulares, boas noites de sono e ficar longe do estresse são aconselhados.