Quero trazer neste artigo uma análise sobre a conexão que existe entre estresse e saúde intestinal.
O intestino é um órgão múltiplo, com inúmeras funções, entre elas absorção, assimilação, detoxificação, eliminação. Ele é um órgão importante e poderoso, mas também muito vulnerável a agressões.
Por exemplo, o estresse é um sistema adaptacional que nos permite evoluir e nos mantermos em um progresso metabólico que leva a nossa saúde.
Existe o estresse bom e existe o estresse ruim. E é o estresse ruim que influencia negativamente na saúde do intestino e na nossa saúde como um todo.
Entender a conexão entre estresse e saúde intestinal vai te ajudar a visualizar agentes nocivos a sua saúde e que podem te agredir lentamente, sem que você nem perceba.
Por isso, preparei o artigo abaixo no qual falo dessa ligação, e o que podemos fazer para ter mais saúde. Siga a leitura e confira!
Como o estresse afeta o intestino
O sistema gastrointestinal abriga o sistema nervoso entérico (SNE), uma coleção de neurônios e células gliais que às vezes é chamada de “cérebro” do intestino.
Consiste em redes nervosas que vão do esôfago ao ânus e se conectam diretamente a todo o sistema digestivo. É uma rede muito complexa e apenas parcialmente compreendida.
O SNE regula a secreção de vários hormônios e está envolvido no funcionamento e percepção de dor e desconforto no trato gastrointestinal.
Esse “eixo intestino-cérebro” é bidirecional, o que significa que o intestino envia sinais ao cérebro e o cérebro envia sinais ao intestino.
A irritação no sistema gastrointestinal envia sinais ao cérebro através do sistema nervoso central (SNC) que desencadeiam mudanças de humor, enquanto os sinais de humor do cérebro para o intestino.
Como eles estão correlacionados?
Quando você está estressado, esse eixo intestino-cérebro transporta sinais de alerta de estresse do cérebro para o intestino.
Há uma correlação direta no trato gastrointestinal como parte da resposta visceral ao estresse.
Seu cérebro libera os hormônios do estresse fator deliberador de corticotropina (CRH), cortisol, adrenalina e norepinefrina, e o trato gastrointestinal tem muitos receptores para esses hormônios.
O hormônio CRH retarda as coisas no trato gastrointestinal superior (resultando em constipação) e acelera as coisas no trato gastrointestinal inferior (resultando em diarreia).
Dois outros hormônios produzidos pelo intestino, a grelina e a leptina, estão envolvidos no apetite e na sensação de saciedade.
Os níveis de estresse podem alterar o equilíbrio desses hormônios para que você sinta mais fome ou perca o apetite.
O papel do microbioma
O microbioma intestinal — uma coleção de bactérias, vírus e fungos saudáveis no corpo que está alojado principalmente no intestino – também desempenha um papel na conexão estresse-intestino.
O microbioma é creditado por fazer um trabalho importante, como apoiar a saúde do sistema digestivo e imunológico e produzir substâncias químicas reguladoras do humor, como a serotonina.
Algumas pesquisas sugerem que o estresse altera as bactérias no microbioma intestinal (e, portanto, afeta seu bom funcionamento), embora os efeitos variem muito entre as pessoas.
Ou seja, não sabemos especificamente o que está fazendo e se essas mudanças são temporárias ou de longo prazo.
Cuide da sua saúde
Todos nós respondemos ao estresse de maneira diferente e todos temos sintomas gastrointestinais diferentes.
A gravidade e os sintomas estão ligados a muitos fatores, tais como:
- hormônios
- receptores
- genética
- metabolismo
- microbioma
Por exemplo, até mesmo sua anatomia — e se você fez uma cirurgia abdominal, como cesarianas ou cirurgia de vesícula biliar — pode afetar os sintomas gastrointestinais que você experimenta.
Além disso, a maior parte da serotonina do corpo – o hormônio da felicidade – é produzida no intestino.
A serotonina envia sinais entre o cérebro e o intestino e controla as contrações do sistema gastrointestinal.
Quando os níveis de serotonina estão baixos, isso pode fazer com que você não apenas se sinta triste, mas também tenha sintomas gastrointestinais, como constipação ou desconforto.
Mas algumas pessoas têm muito mais receptores de serotonina do que outras, ou seus receptores são mais sensíveis por razões genéticas
Outro fator crítico na gravidade dos sintomas intestinais que você experimenta é como você responde e se adapta ao estresse.
Aliás, você tende a catastrofizar ou ver os piores resultados possíveis em todas as situações? Ou você encontra maneiras saudáveis de lidar com o estresse e procura perspectivas alternativas?
Ser capaz de aceitar que posso não gostar disso, mas é algo com o qual tenho que lidar… faz uma enorme diferença.
Dessa forma, saber gerenciar o estresse pode ser fundamental para evitar os problemas que afetam a saúde intestinal.
Cuide da sua saúde intestinal
Em última análise, se você está lidando com problemas de estresse e saúde intestinal (ou mesmo apenas um dos dois), vale a pena consultar seu médico, que pode fornecer algumas informações.
Além disso, procurar levar uma vida mais leve, evitando o estresse e reconhecendo os gatilhos que o causam, também é uma excelente saída.